terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PRIMEIRA PÁGINA DO MEU LIVROOO!!!

O IMPÉRIO DA GERAÇÃO X.
2010 vêm como um ano que traz a estabilidade da virada de um século. Como uma década que tivemos de adaptação para o costume de estar no século passado. É um ano de saudosismo de décadas carinhosas como a de 80, tão desleixada e querida por não ter a pretensão de ser marcante e acabou marcando. È a década também de uma geração que hoje é adulta e rege as nações. A chamada geração “X” segundo Kotler. Do luXo, do eu posso, sou independente, faço e aconteço. Essa geração foi consolidada por uma série de conquistas, antes tidas como status e hoje referência de senso comum, como o celular, computador e até o fenômeno da globalização que nos traz hoje informações instantâneas de cada continente gritando que a língua falada agora é UM! UM que quer dizer todos, e ao mesmo tempo EU, senhor de mim e customizado por mim mesmo! Lipovetsky, o filósofo Frances, há muito já alertava para isso, junto com a tecnologia viria também à solidão humana de querer ser único. Ao mesmo tempo em que surgem questões de pertencimento, onde fica clara o surgimento dos EMOS e também desse patrimônio de si para ser aceito num determinado grupo social com senha financeira e tecnológica até para a própria exclusão.
Pois bem, tudo isso liga esse ar não pretensioso da década de 80 onde acabaram num denominador comum do exagero ao culto de si e do mostrar. Vejamos o culto ao corpo iniciado lá, junto ao biquíni asa delta continua e se agrega mais uma vez, aos exageros! Culto este que não é suficiente de sustentação pelas academias iniciado “lá”, hoje ele pede sustentáculos em alicerces de silicones, preenchimentos, botox, medicina ortomolecular e da não percepção da real idade. Isso significa para as mulheres uma conquista antienvelhecimento e ao mesmo tempo uma severa escravidão. Fomos confinadas agora a viver do belo e do novo. Mas não vou longe, todo produto que se consome só existe até chegar a adolescência, posto que os materiais são menos resistentes, proposital é claro, e a renovação informativa e de adoção de novas funções se faz constante. O seu celular apenas não efetua chamadas, mas tem MP3, câmera fotográfica, internet, medidor de ovulação, TPM, design assinado por marcas como PRADA e nesse exato momento em que escrevo, para o ano de 2010 já se encontra obsoleto por ganhar mais uma função. Para que serve o celular mesmo?
Voltando ao saudosismo e ao antienvelhecimento, nos renovamos tanto e parecemos tão mais novas que fica até incompreensível agora aceitar a morte. O que dirá também outras coisas que vão morrendo num piscar de olhos como sonhos, amizades, sociedade e família. A tabela dos setores de consumo investe na habitação como um ponto forte do consumo futuro, mas agora habitação não quer dizer lar no sentido de família e sim: MINHA casa, MEU, EU, DIFERENTE e só(sozinho)! Parece que não, mas ainda falo dos anos 80, de Lipovetsky e da Geração X! Até de moda!
E a massificação continua contrapondo esse conceito de customizar a si. Analise, na mesma proporção em que cada um quer ser diferente, acabamos iguais por nossos gestos, culturas e povos. Mesmo com tanta atitude nessa veia coronária de que EU ME BASTO? Mesmo assim! E quanto mais não se aceita o próximo é que nos igualamos na procura pelo diferente. Acordem desse sonho que o inusitado já não existe mais. Existe sim uma confusão de si e esse agravante se faz comum a pior doença que essa geração acabou por produzir: A depressão! Como conviver nesse mundo em que não queremos parecer ninguém além de nós, mas temos que aceitar uns aos outros que também querem esse mesmo reflexo narcisista e além de tudo chamar isso de relacionamento humano? Bom, a depressão assim como a dengue e a gripe suína sofreu sua mutação e resistência e criou seus subgrupos de bipolaridade, transtorno obsessivo compulsivo, dupla personalidade e vários outros onde a fatalidade gira em torno do suicídio e na autoanulação.
Temos pela frente décadas doravante de puro perfeccionismo e uma incansável busca pelo sucesso. Infelizmente a palavra fracasso não é admitida nessa vanguarda em que sempre se fará presente em algum lado da vida. O que nos resta é escolhermos um lado vibratório desse sucesso e acatar o fracasso dos outros esquecendo que ele existe, ali, coadjuvante do seu ego, forte como suas conquistas e não tão interessante quanto elas. Seria mais fácil aderir ao meio termo e abrir espaço para cada lado, porém esse “cada lado” significa mais de um e vivemos numa época de UM, de EU e o resto....
Torcemos então para que a Geração “X” também não se torne obsoleta e puramente egoísta para que a depressão não nos invada, para que tenhamos menos fracassos se tivermos um leque de setores e divisões de espaços e conseqüentemente mais sucessos. Levantemos a bandeira do NÃO ao CULTO do CORPO e SIM ao CULTO à VIDA, aos sentimentos, ao todo para que a FELICIDADE seja uma palavra de um vocabulário recente e não uma expressão antiga. Retroceda dos 80 aos 60, passe pelos hippies e grite: PAZ e AMOR!

Camile Aquino

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